Uma noite de Libertadores daquelas. Depois de um início terrível, com direito a levar três gols no primeiro tempo, o Inter fez uma segunda etapa de superação, lutou até o fim e saiu do confronto com o Nacional, pela terceira rodada da fase de grupos, com um 3 a 3 mais digno.
O resultado da noite de terça-feira (22) não foi o esperado, mas amenizou a derrota iminente diante de mais de 37 mil pessoas no Beira-Rio. Com o empate, o Inter mantém a liderança provisória do Grupo F.
Roger repetiu quase tudo o que pôde da equipe que vem atuando normalmente. As trocas na comparação com o time do Gre-Nal foram por opção do treinador. Victor Gabriel retornou à zaga, formando a dupla com Vitão. Gabriel Carvalho voltou a ser titular seis meses depois da última vez, em outubro do ano passado.
Ele começou na faixa esquerda do meio-campo, com Wesley pela direita. No Nacional, o técnico Pablo Peirano mandou a campo uma formação com três zagueiros e Nico López de centroavante.
Primeiro tempo caótico
Logo no primeiro minuto, a primeira chance. Valencia foi lançado às costas da defesa. Ele ganhou da zaga e chutou forte, mas por cima do travessão. A resposta do Nacional foi imediata. Nico López abriu para Villalba na esquerda, o atacante cortou para dentro e bateu, Anthoni defendeu no canto baixo.
Aos seis minutos, o time uruguaio saiu na frente. Em sua segunda cobrança de escanteio para a área, a defesa afastou parcialmente. No rebote, a bola voltou para a área, exatamente onde estava Millán Díaz, que apenas desviou de Anthoni e fez 1 a 0.
O Inter ficou atordoado. E antes mesmo de esboçar qualquer reação, levou o segundo. Villalba recebeu de Nico López na direita, avançou e cruzou rasteiro para Boggio se antecipar à zaga e marcar 2 a 0. Eram 10 minutos.
Aos 17, o Inter chegou a descontar. Em uma falta na entrada da área, a bola foi cobrada rápida para Wesley, que marcou. Mas o lance foi anulado por impedimento e confirmado após checagem do VAR.
Logo depois, outra confusão. Desta vez, com uma marcação confusa da arbitragem. Bernabei recebeu no fundo e cruzou, Valencia foi chutado na área. Inicialmente, o juiz Alexis Herrera havia dado falta do atacante.
O VAR informou que não, era exatamente o inverso, Valencia sofrera o pênalti. Levado ao monitor, ele constatou que Bernabei estava impedido no início da jogada toda e anulou tudo.
A partida não andava, exatamente como queria o Nacional. O árbitro, atrapalhado, não dava fluidez ao jogo. Aos 35, uma chance clara. Vitão fez um lançamento perfeito para Wesley. O camisa 21 entortou o adversário e chutou, Mejía defendeu.
Dois minutos depois, Wesley foi derrubado na área. O árbitro marcou pênalti, mas o bandeira assinalou impedimento.
E quando o Inter parecia reagir definitivamente, veio o terceiro. Após cobrança de escanteio no primeiro pau, a zaga não cortou, Anthoni não defendeu e Coates empurrou para a rede: 3 a 0, aos 42.
Dois minutos depois, enfim, o Inter teve um pênalti marcado no campo e confirmado no vídeo. Wesley, após uma tabela, foi derrubado na área. Alan Patrick bateu no meio do gol e descontou.
O segundo gol colorado não saiu por detalhe no sétimo dos 11 minutos de acréscimo prometidos pelo árbitro. Alan Patrick cruzou da direita, Valencia dividiu com o goleiro, Wesley pegou a sobra e cabeceou junto a um adversário.
No rebote, Gabriel Carvalho ajeitou e Bernabei acertou o travessão. Assim, acabou um primeiro tempo caótico no Beira-Rio.
Reação na segunda etapa
Roger voltou com uma troca do intervalo. Tirou Gabriel Carvalho e colocou Borré. A equipe iniciou o segundo tempo forçando muito mais.Com lançamentos e pressão, tentava encurralar o Nacional. Aos seis, Borré recebeu pela esquerda e chutou, mas Mejía pegou. Pouco antes, Bruno Henrique, por pouco, não concluíra um cruzamento da esquerda.
A bola viajava de um lado para o outro da área. Uma vez Valencia, outra vez Borré, ambos erraram em bola em cruzamentos bem feitos.
Aos 15, Roger fez mais duas trocas. Tirou Bruno Henrique e Aguirre para colocar Óscar Romero e Vitinho. Era um tudo ou nada. O Nacional esteve perto do quarto gol quando Vargas, recém entrado, tentou encobrir Anthoni, e a bola passou próxima ao travessão.
O Inter voltou a descontar aos 21. Óscar Romero fez um lançamento preciso que encontrou Bernabei sozinho entrando na área. O lateral ajeitou e venceu Mejía: 3 a 2.
O gol acordou o Beira-Rio. A torcida definitivamente voltou a ficar ao lado do time, que seguia insistindo. O empate veio aos 27. Em cobrança de escanteio de Alan Patrick, Fernando apareceu sozinho para cabecear e vencer Mejía.
Aí, sim, o ambiente ficou definitivamente favorável. Aos 31, a virada não veio por detalhe. Romero fez um cruzamento na medida, Borré saltou e cabeceou desequilibrado, para fora. Aos 36, Valencia recebeu na frente, dividiu com o goleiro e no rebote Wesley chutou e Mejía salvou.
As últimas substituições coloradas foram nas laterais. Dentro Ramon e Nathan, fora Wesley e Bernabei. A pressão persistiu até o final.
O Nacional, contudo, soube se defender e administrar seu pontinho. A torcida reconheceu o esforço dos atletas. Mas será preciso buscar pontos fora de Porto Alegre para avançar.
Gaúcha ZH