O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia de 13,25% para 14,25% nesta quarta-feira, dia 19. A decisão foi unânime e a taxa Selic chega ao maior patamar desde 2016, na crise do governo Dilma, que culminou com o impeachment da então presidente.
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve de referência para calcular taxas de empréstimos bancários e financiamentos, por exemplo. Ou seja, com a Selic alta, o crédito também fica mais caro, o que desestimula o consumo. A definição do valor da Selic é o principal mecanismo do Banco Central para controlar a inflação.
As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus foram elevadas de forma relevante e estão em 5,7% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,9% no cenário de referência.
Em nota, o Banco Central (BC) disse que o “Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”.
O BC também fundamenta que o ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos.
“Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Banco Central dos EUA) e acerca do ritmo de crescimento nos demais países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
Todos os membros do Copom votaram pelo aumento da Selic: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
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