Alguns exemplares chegaram a ser levados para zoológicos europeus para tentar preservar essa espécie, entretanto, não houve sucesso na reprodução em cativeiro, fazendo com que a quaga entrasse para a lista dos animais extintos.
O último registro dessa espécie na natureza data de 1878. Já o último exemplar vivo, uma fêmea que habitava o zoológico de Amsterdã, morreu em 12 de agosto de 1883, marcando oficialmente a extinção da espécie.
Estudos genéticos posteriores confirmaram que a quaga não era uma espécie separada, como muitos acreditavam, mas sim uma subespécie da zebra-das-planícies — o que abriu caminho para tentativas modernas de “reviver” a quaga através de cruzamentos seletivos.
Rinoceronte-negro-ocidental: o titã caído
Símbolo da força da vida selvagem africana, o rinoceronte-negro-ocidental (Diceros bicornis longipes) teve um fim trágico e silencioso.
Subespécie do rinoceronte-negro, o animal habitava principalmente a região da atual República dos Camarões, mas em 2011 foi oficialmente declarado extinto após anos sem avistamentos confirmados.
Com dois chifres, corpo que podia chegar a 3,75 metros de comprimento e peso de até 1.400 quilos, a espécie era facilmente reconhecida também por características únicas, como o chifre de base quadrada e a manutenção de um pré-molar inferior mesmo na fase adulta.
Descrito cientificamente apenas em 1949, o rinoceronte-negro-ocidental já era alvo de caçadores desde o início do século 20.
Mesmo com um breve aumento populacional na década de 1930, impulsionado por medidas de proteção, o avanço da caça furtiva foi devastador.
Em 2001, apenas cinco exemplares dessa espécie existiam, com o último indivíduo foi avistado em 2006, selando o destino da subespécie como mais um dos animais extintos.
Tigre-da-tasmânia
Oficialmente declarado extinto, o Tilacino (Thylacinus cynocephalus), também conhecido como tigre-da-Tasmânia, ainda habita o imaginário popular.
Nativo da Austrália, Nova Guiné e, mais recentemente, da ilha da Tasmânia, o tilacino era um marsupial carnívoro com hábitos noturnos. Caçava à noite nas planícies e se escondia durante o dia em tocas nas colinas e florestas.
Com um corpo esguio, focinho alongado e listras escuras nas costas, lembrava um cruzamento entre um lobo e um tigre.
A espécie entrou em declínio após a chegada dos europeus ao continente, que a consideravam uma ameaça ao gado. Entre 1830 e 1909, caçadores foram incentivados a abater a espécie por meio de recompensas oferecidas pelo governo.
O último exemplar conhecido morreu em 1936, no Zoológico de Hobart, marcando o fim oficial do tigre-da-Tasmânia.
Apesar da extinção reconhecida, a aura de mistério em torno do animal extinto permanece viva. Relatos não comprovados, imagens turvas e pegadas enigmáticas continuam a alimentar a lenda do último caçador noturno da Tasmânia.
Mamutes: os gigantes do gelo podem retornar
Gigantes da era glacial, os mamutes desapareceram há cerca de 4 mil anos, vítimas de uma combinação de mudanças climáticas, perda de habitat e ação humana, entrando de vez no grupo dos animais extintos.
Com até quatro metros de altura e mais de nove toneladas, esses colossais herbívoros do gênero Mammuthus foram, por milênios, parte da megafauna dominante do planeta.
Hoje, no entanto, a ciência se mobiliza para tentar trazê-los de volta e retirá-los da lista de animais extintos. Uma empresa de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou um projeto ousado para “ressuscitar” o mamute-lanoso, utilizando técnicas avançadas de edição genética.
A startup, que já arrecadou cerca de US$ 200 milhões, usa a ferramenta CRISPR para inserir genes do mamute em células do elefante-asiático — seu parente vivo mais próximo.
A ideia é criar um embrião híbrido que será gestado por uma elefanta. Caso a experiência seja bem-sucedida, o nascimento de um “bebê mamute” poderá marcar o primeiro passo para o retorno de uma espécie extinta à natureza.
Dodô: o astro dos animais extintos
Poucos animais simbolizam tão bem os efeitos da ação humana sobre a natureza quanto o dodô (Raphus cucullatus). Endêmico da Ilha Maurício, no oceano Índico, o dodô foi descoberto por marinheiros holandeses em 1598 e desapareceu da natureza em menos de um século, com o último registro confiável datado de 1662, se tornando um dos animais extintos mais conhecidos.
Com cerca de um metro de altura e pesando até 20 quilos, o dodô era uma ave grande, dócil e incapaz de voar, parecido com uma galinha.
Isolado em sua ilha e sem predadores naturais, perdeu ao longo da evolução a necessidade de defesa — fato esse que acabou sendo determinante para entrar na lista de animais extintos, após o contato com humanos.
Além da caça para alimentação, os marinheiros também introduziram animais domésticos, como porcos e ratos, que passaram a predar ovos e filhotes, acelerando ainda mais a extinção.
Relatos da época, hoje na maioria perdidos, apontam que o dodô se alimentava principalmente de frutas, mas estudos modernos indicam que sua dieta podia incluir outros vegetais e até crustáceos. Seu parente vivo mais próximo é o pombo-de-nicobar, do sudeste asiático.
Apesar de extinto há mais de 350 anos, o dodô permanece no imaginário popular como um ícone das consequências da interferência humana na biodiversidade — um lembrete que os seres humanos podem ser a perdição de diversas espécies e um grande problema para a fauna do planeta, deixando um rastro de diversos animais extintos e destruição.
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