Dos 295 municípios catarinenses, 178 estão infestados com o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e de outras doenças. Entre 29 de dezembro e 24 de março, Santa Catarina já soma 9.822 casos prováveis de dengue, além de três mortes.
O vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya foi encontrado em 245 cidades, em um total de 24.441 focos do mosquito. Um município é considerado infestado pelo vetor a partir da disseminação e manutenção dos focos.
De acordo com o Informe Epidemiológico publicado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), nesta quarta-feira (26), o número de casos de dengue vem crescendo no Estado.
O alerta é para os próximos meses, com a chegada da chuva, que traz um cenário propício para a reprodução do mosquito.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, contudo, houve uma redução no número de casos prováveis de 89,9%. O Estado monitora casos suspeitos em gestantes, por conta da possibilidade de transmissão vertical do vírus.
Até o momento, foram notificados 59 casos prováveis de dengue em gestantes, sendo que desses 14 casos foram confirmados para dengue e 43 estão em investigação.
Sorotipos de dengue em circulação
Atualmente estão em circulação os sorotipos DENV1, DENV2 e DENV3, sendo que o DENV2 é o sorotipo predominante. Foi identificada transmissão autóctone — que é quando a pessoa contrai a doença no mesmo local onde vive — do sorotipo DENV3 nos municípios de Barra Velha, Blumenau, Brusque, Capinzal, Itajaí, Itapoá e Joinville. Ainda não haviam sido identificados casos autóctones deste sorotipo.
Foram registradas três mortes por dengue, a primeira delas no município de Descanso, de um homem de 17 anos, no dia 26 de janeiro. A segunda morte foi de uma mulher de 71 anos em Itapoá, no dia 25 de fevereiro, e o terceiro óbito no dia 21 de fevereiro, de um homem de 77 anos, na cidade de Nova Itaberaba.
Outras duas mortes estão em investigação pela Secretaria Municipal de Saúde com apoio da Secretaria de Estado da Saúde.
Casos de chikungunya preocupam
O boletim também traz dados referentes a chikungunya. Foram 294 casos prováveis da doença em Santa Catarina até o momento. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 568,2%.
Ainda, foram registrados dois óbitos em decorrência da doença, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. A primeira delas, no dia 1 de janeiro, foi em Florianópolis, de um homem de 83 anos. A segunda morte foi em Xanxerê, de uma mulher de 85 anos, em 17 de março.
A Vigilância Epidemiológica de Xanxerê confirmou ainda a morte de uma jovem de 22 anos por conta da doença no dia 3 de março. A SES afirmou que, além das duas mortes confirmadas, há mais uma em investigação.
“É importante destacar que os casos podem não ser necessariamente por infecção no município de residência, entretanto, demonstram a identificação da circulação viral no estado, e isso é o principal fator de risco para o início da transmissão da doença uma vez que o vetor está presente na maioria dos municípios”, afirma o boletim.
No mesmo período, foram registrados ainda dois casos prováveis de zika, o que representa uma redução de 87,5% em comparação com o ano passado.
NSC